Ele
parou. Estava a sete palmos do chão, era como um relógio, que deixou de fazer
tique-taque. Esse era seu coração, que
assim que deixou de bater, era como se minha alma ele arrancasse. Desde que
parou, ficou parecendo com um relógio sem utilidade, que precisava ser jogado,
pois acabara sua bateria, seu prazo de validade.
E
eu pude ouvir seu ultimo tique-taque enquanto o via deitado naquela cama de
hospital como quem já esperava pela morte, mas mesmo assim sorria com os olhos
enquanto me dizia: amar-te-ei por toda a eternidade. Naquele momento eu vi seus
olhos brilharem e senti o compasso da sua respiração diminuir cada vez mais,
até que pude ver de relance uma lágrima escorrer sobre sua bela face dando fim
ao seu tique-taque, mas não ao nosso amor, que como você mesmo disse: duraria
por toda a eternidade.