segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Eram dois, hoje não é mais nenhum


Eles eram dois, dois que faziam dos meus dias os mais felizes que eu podia ter, mas hoje não há mais nenhum. Antes eles arrancavam-me tantos sorrisos e tantas risadas, que eu já me alegrava só de pensar nesses dois. Um era o meu melhor amigo, e o outro era o meu amor. Mas aos poucos os dois passaram a arrancar muito mais do que sorrisos ou risadas, passaram a arrancar lágrimas, passaram a arrancar pedaços do meu coração e isso foi nos destruindo sem que fossemos percebendo o que estava acontecendo.
Um me magoava porque me amava e eu não correspondia, e o outro me magoava porque eu o amava demais e ele não me correspondia. E eu os magoava, porque um eu não amava, e porque o outro eu amava demais.
Um dia tive que fazer uma escolha, tive que escolher entre a amizade e o amor, e eu escolhi o amor, mas não o amor que eu recebia, e sim o amor que eu dava. Deixei de lado a amizade que eu recebia, e não a que eu dava. Eu escolhi sabendo que de um jeito ou de outro eu perderia, mas eu já não mais me importava, porque de qualquer jeito eu sabia que eu estava perdendo não só um, como estava aos poucos perdendo os dois. Mas eu não me importava mais, simplesmente estava muito cansada de ser magoada, mas não tinha forças e nem coragem o suficiente para ir embora, não queria ter que conviver com o peso de que o fim chegou por minha causa, de ter que conviver sabendo que fui eu quem os deixei, mesmo querendo mais do que tudo ir embora e esquecer tudo isso de uma vez por todas, mesmo sabendo que não suportava a ideia de ser sempre deixada.
Eu vi meu melhor amigo ir embora, eu vi o melhor garoto que eu já conheci me deixando porque eu simplesmente era estupida demais e amava a pessoa errada. Uma conversa longa na madrugada, algumas lágrimas derramadas enquanto sentia por dentro tudo ser destruído, uma noite de sono pesado e no outro dia não me lembrava de mais nada. Depois de um tempo, uma desativação no facebook daquele que eu acreditava que amava, daquele que há um ano atrás, quando disse que me deixaria me fez pensar em suicídio com medo de ter que viver sem ele, sem o meu amor. Depois de um tempo, fiz uma ligação e ele simplesmente perguntou o que eu queria como se eu fosse um incomodo, e ai eu percebi, que ele eu também havia perdido, que o tom arrogante na sua voz não negava e nem disfarçava isso.
Mas eu não me importei, não mais. Não vou mentir, eu chorei, sem esforço nenhum as lágrimas saltaram dos meus olhos e escorreram sobre meu rosto melancólico enquanto eu me lembrava dos melhores momentos que ao lado dele eu vivi, dos sentimentos mais puros, sinceros, verdadeiros e bonitos que eu já senti. Mas ai eu enxuguei as lágrimas e percebi que acabou, que nós acabamos, mas que eu ainda precisava ser feliz, mesmo sem ele, mesmos sem nenhum dos dois.
Nesse momento não estou pensando muito na minha felicidade, mas estou deixando os dois pensando na felicidade deles. Se eles me deixaram, é porque precisaram, é porque não precisam mais de mim, e é porque eu não fui capaz de fazê-los felizes estando ao meu lado. Não vou mais fazer o mesmo que eu fiz das outras vezes, não vou mais correr atrás de nenhum deles, porque eu quero vê-los felizes, e eu sei que não sou e nem sei se um dia já cheguei a realmente ser o motivo da felicidade deles, da alegria deles, como eles foram um dia pra mim. Estou deixando que vivam suas vidas em paz, estou deixando porque me importo com eles, porque não quero perturbar ninguém, porque também estou cansada de tanto tentarmos evitar nos magoar, e de nos magoarmos sempre e de depois tentarmos consertar, de tentarmos costurar todos os rasgos que abrimos sempre no coração um do outro.
Só espero que eles sejam felizes, como eu sei que serão e espero que me guardem na memória, porque eu sempre os guardarei aqui, dentro do meu coração sem nunca me esquecer, que nossa amizade, que o amor que eu sentia, que tudo o que foi vivido ao lado deles era tão bonito, que poderia virar uma belíssima canção.
Eram dois, hoje não é mais nenhum... Hoje é apenas eu, e eu sozinha, não tem graça nenhuma...

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