domingo, 23 de novembro de 2014

Anjo Negro



Ele surgiu em minha vida, como um anjo caído.
Eu realmente acreditei que essa luz vinha do céu.
Tudo parecia tão perfeito, que quase senti meus pés saírem do chão.

Mas ele não perdoou os meus erros, não houve misericórdia.
E a culpa me consumou, o que parecia certo em mim me fez perceber o quanto sou ruim.

Não sou boa o suficiente para receber esta benção.
E ele percebeu.
Não foi com palavras, mas seus pensamentos e atitudes atiraram pedras em mim.
E eu fui julgada, mas não perdoada.
No fim fui abandonada.
Ele me deixou sem nada.

Quis fugir de mim. E não se importou em dar um fim.
Esse sentimento ele julgou e disse-me que não era amor.
Não se pode amar em três semanas.
Não, não pode.
Mas em menos de um minuto eu percebi que ele nunca soube o que é amor.

Como pode um anjo não saber amar?
Será que eu invento um amor louco e vicioso?
Talvez seja eu quem não saiba amar.
Ou melhor, gostar.

Porque é assim que ele define o que sentimos.
Mas minha definição é que ele nunca sentiu nada.

E eu que sinto o vazio no coração, sem eco, sem um som sequer.
E ele ouve uma melodia silenciosa.
Pois não há som, não há sentimentos dentro dele.


Será o anjo da morte?

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