Eu
sempre fui uma garota difícil, sempre fui a esquisita da turma e quer saber de
uma coisa? Eu não me importava tanto assim. Mas com o tempo eu fui percebendo
que não tinha nada de errado em ser assim, diferente de todo mundo e que alguns
até gostavam de mim assim.
Outros
fingiam gostar e depois de um tempo revelavam suas verdadeiras opiniões, que
não eram das melhores. E ainda tinha aqueles outros, os que tentavam me mudar,
me moldar, me esculpir como se eu fosse um objeto que pode ser modificado.
É
engraçado isso, as pessoas só aceitam o que as agradam e acho que nunca fui a
agradável pra maioria delas. Ou elas é que nunca souberam apreciar a beleza que
é ser diferente, fora do comum. Não ser manipulado ou escravizado pelos padrões
que a sociedade impõe. E não estou me referindo a roupa ou a estilo, estou me
referindo a alma, ao caráter, aos valores.
Não
vou dizer que criei meus próprios valores, mas eu sigo os que me convém, os que
tem a ver com quem eu sou, com quem sempre quis ser. Vou dar um exemplo: não
sou e não gostaria de ser, daquelas pessoas que “ficam” por ai. Não gosto disso
de beijar desconhecidos, de colecionar números, línguas e lábios. Já disse
muito não pra esses caras que acham que eu sou assim, que se é bonitinho eu
fico, que estou afim.
Não
estou dizendo que isso me diferencia das outras pessoas ou que me torna excepcionalmente
diferente, claro que não. Só estou dizendo que, eu sou uma mistura da sociedade
antiga com a moderna, acho. Tenho valores um pouco antigos e outros atuais.
Tenho gostos inusitados, tenho pensamentos fora do comum. Alguns dizem que sou
louca, para outros estranha e para os que possuem um olhar mais profundo,
filosófico e sofisticado, eu sou diferente, especial (não especial com
problemas mentais ok?). Cada um tira a sua própria conclusão sobre mim, mas
espero que não aja preconceito por eu ser assim, como dizem muitos que conheço,
esquisita. Esquisita, sim, use o adjetivo
que preferir. Quer saber? Tanto faz, se sou normal ou não, o importante é que
sou feliz assim.
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