Enfiava a
cara em uma pilha de livros, engolia romances que ela sabia que não eram reais,
mas que ela gostaria de poder viver.
Lamentava-se
pela solidão e alimentava seu coração de esperanças em um amor proibido, que
ela sabia, não era aconselhável tentar viver.
Contentava-se
com sorrisos, com as palavras de amizade, com as fantasias e os sonhos que
acreditava que um dia pudesse acontecer.
Até que um
dia seu amado roubara-lhe um beijo, que lhe tirava a dignidade, a pureza, mas
que lhe trazia euforia e ao mesmo tempo, perfurava-lhe o coração.
Acreditou
que a pilha de livros na mão a faria especial, que o amor que sentia a fazia
diferente de todas as outras. Mas não foi o que aconteceu.
Largou os
livros porque decidiu que era a hora de viver seu próprio romance, sem pensar
nas consequências, achando que seu amor era o suficiente para preencher os dois
corações, mas não era. O dele era vazio demais.
Trocou os
livros pela maquiagem, o certo pelo errado, a dignidade por alguns momentos,
que mesmo que trouxessem felicidade eram sucedidos de tristeza constante.
Os sorrisos
que aquilo lhe fazia dar, logo foram trocados por lágrimas e soluços de amar
alguém, que não sabia o que era amar.
A maquiagem
que antes a deixava mais bonita para ele, agora escorria pelo seu rosto por
causa dele, por causa de um amor proibido, que ela sabia, não era certo
continuar tentando viver.
As noites de
leitura foram trocadas por noites de lágrimas, a alegria agora dava lugar ao
medo de perdê-lo sem tê-lo, de que aquele amor tão sofrido acabasse sozinho
destruindo seu coração por inteiro.
A doçura do
seu puro coração fora arrancada e agora dava lugar a frieza de uma menina que
um dia amou sem razão. E foi assim que a menina da pilha de livros teve a sua primeira decepção.
Adorei o texto *-*
ResponderExcluir